HISTÓRIA DA LETÔNIA
A Letônia é um dos três países da República Báltica, juntamente com a Estônia e a Lituânia, localizado no norte da Europa. O país compartilha fronteiras terrestres com a Lituânia, Bielorrússia, Rússia e Estônia. Sua costa se estende ao longo do Mar Báltico e do Golfo da Finlândia. A capital da Letônia é Riga, situada na foz do rio Daugava (também conhecido como Western Dvina), que nasce na Rússia e desemboca no Mar Báltico.
Geografia
O país é dividido em cinco regiões, 26 distritos e sete cidades independentes. Cada uma das regiões abrange distritos e cidades independentes. As regiões que compõem o país são:
_Kurzeme: A região abrange os distritos de Kuldīga, Liepāja, Saldus, Talsi e Ventspils. Também integram a região as cidades independentes de Liepāja e Ventspils.
_Latgale: A região abrange os distritos de Balvi, Daugavpils, Krāslava, Ludza, Preili e Rēzekne. Também integram a região as cidades independentes de Daugavpils e Rēzekne.
_Vidzeme: A região abrange os distritos de Alūksne, Cēsis, Gulbene, Madona, Valka e Valmiera.
_Zemgale: A região abrange os distritos de Aizkraukle, Bauska, Dobele, Jēkabpils e Jelgava. Também integra a região a cidade independente de Jelgava.
_Riga: A região abrange os distritos de Limbaži, Ogre, Rīga e Tukums. Também integram a região as cidades independentes de Jūrmala e Rīga.
A Letônia se caracteriza por um relevo predominantemente plano, sem grandes elevações. O país possui cerca de 12.000 rios, sendo o principal o Rio Daugava. Também merecem destaque os rios Lielupe, Gauja, Venta e Salac. O território também abriga aproximadamente três mil pequenos lagos, muitos deles de origem glacial, que costumam congelar durante o inverno. O maior lago do país é o Lago Lubāns. A costa litorânea ao longo do Mar Báltico se estende por aproximadamente 531 km, oferecendo praias arenosas deslumbrantes.
História
A história da Letônia é marcada por uma longa jornada de ocupações e transformações. Há seis mil anos antes de Cristo, a região já era habitada. Por volta de 3.000 a.C., as primeiras tribos bálticas chegaram à área, enquanto tribos nômades, possivelmente os estios, de origem étnica fínica, também compartilharam o território e mantiveram relações comerciais durante o período do Império Romano.
Com a invasão do povo eslavo no século VII, as relações com os romanos cessaram. No século XIII, a Igreja Católica organizou uma cruzada para evangelizar os povos do Mar Báltico. Após vinte anos de conflito, o território foi dividido entre a Dinamarca, a Ordem dos Livônios e os bispados Dorpat e Ösel-Wiek, com a Ordem Cristã dos Livônios conquistando a maior parte do território. Nessa época, a região passou a ser conhecida como Livônia.
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A Ordem dos Cavaleiros Teutônicos de Santa Maria de Jerusalém comandava a Livônia, que abrangia grande parte da Letônia e Estônia. No século XII, Riga foi fundada pela Irmandade da Livônia, uma associação de monges alemães criada pelo Bispo Albert, com o objetivo de converter os habitantes pagãos ao cristianismo.
No século XVI, com o enfraquecimento da Ordem Teutônica, a Rússia passou a ocupar o território. Diante do receio da expansão russa, Dinamarca, Suécia e Polônia formaram uma aliança para impedir o avanço do Império Russo sobre territórios pertencentes a essas monarquias. Nesse contexto, a Letônia passou a integrar o Reino da Polônia e Lituânia, marcando o período em que o luteranismo se disseminou pelo país.
Durante a Idade Média, Riga destacou-se como uma das principais cidades da Liga Hanseática. Sua localização geográfica às margens do Mar Báltico facilitava a conexão entre o continente europeu e a Rússia. Essa situação contribuiu significativamente para a riqueza da capital e do país como um todo.
No século XIII até 1918, o território esteve sob o domínio do Império Russo. Durante a Primeira Guerra Mundial (que ocorreu de julho de 1914 a novembro de 1918), as forças alemãs invadiram parte da Letônia em 1915. Com um acordo estabelecido pela Rússia em 1918, a Alemanha ocupou todo o território da Letônia. No entanto, com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, ela deixou o território. Em novembro de 1918, a Letônia declarou sua independência, passando a se chamar República Independente da Letônia.
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O novo Estado da Letônia começou a reivindicar regiões que eram predominantemente habitadas por letões. Em novembro de 1918, as forças vermelhas russas invadiram a Letônia, resultando na Guerra de Independência da Letônia. Em 1919, o Tratado de Riga estabeleceu a fronteira do novo país com a Rússia. Entre 1921 e 1923, os limites territoriais foram definidos com a Lituânia e a Estônia. Finalmente, em 1929, foi firmada a fronteira com a Polônia.
Em 1939, de acordo com um acordo estabelecido com a Alemanha nazista, o Pacto Ribbentrop-Molotov (um pacto de Não-Agressão germano-soviético) de 1939, a União Soviética invadiu e ocupou novamente a Letônia, assim como os outros dois países bálticos, Estônia e Lituânia. Nesse momento, o país passou a ser denominado República Socialista Soviética da Letônia (RSS da Letônia). No entanto, esse período de domínio soviético foi de curta duração.
Com a quebra do acordo entre a Alemanha e a União Soviética, por parte dos nazistas, a Letônia foi invadida pelos alemães em 1942, expulsando os russos. Esse processo de ocupação alemã nos países bálticos ficou conhecido como Operação Barbarossa. No entanto, com o fracasso da ocupação nazista na União Soviética, os nazistas retiraram-se do país báltico, que voltou a ser dominado pelas autoridades soviéticas.
Depois da Segunda Guerra Mundial, até 1991, a Letônia fez parte da União Soviética. O povo letão resistiu à ocupação soviética, mas em 1952, as autoridades comunistas conseguiram derrotar a resistência antissoviética, prendendo, deportando e executando milhares de camponeses.
Em 21 de agosto de 1991, a Letônia conquistou sua segunda independência.
Em 1998, Riga foi palco de vários atentados perpetrados por grupos fascistas. Dia 2 de abril desse ano, uma bomba explodiu na Cidade Velha, atingindo a Sinagoga Peitav e causando danos ao templo judaico.
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Com o sonho da independência alcançado, a Letônia abriu as portas para o mundo, passando por um desenvolvimento econômico e social significativo. A partir de 2004, a Letônia se tornou membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia.
Atualmente, Riga, a capital, vive um período de intensa vida artística e cultural, com museus, concertos e um notável desenvolvimento econômico.
Religião, cultura e etnia
A maior parte da população é de etnia letã, aproximadamente 62%. Os letões têm origem nas tribos primitivas fínicas. O segundo maior grupo é composto por descendentes russos, representando cerca de 27% da população. Em menor número, também fazem parte da população descendentes bielorrussos (3%), poloneses (2%), ucranianos (2%), além de outros grupos minoritários.
Um número significativo de germano-bálticos, que historicamente tiveram uma presença significativa na composição da população, deixaram o país entre as décadas de 1920 e 1930. Em 1939, após a Alemanha nazista e a União Soviética assinarem o Pacto Molotov-Ribbentrop, que destinava o território letão aos soviéticos, houve um grande fluxo de saída dos descendentes de germano-bálticos do país.
A língua oficial é o letão, que pertence ao grupo de línguas indoeuropeias. O russo também é amplamente falado no país. Uma parte da população mais jovem tem conhecimento de inglês.
A maioria da população letã é cristã, representando cerca de 79% da população. Entre as crenças cristãs, o luteranismo é predominante, com 34%, seguido pelo catolicismo, com 24%, e a Ortodoxia, com 18%. Aproximadamente 3% da população segue outras denominações cristãs.
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Antes da Segunda Guerra Mundial, o judaísmo tinha uma representação muito maior na Letônia, mas durante o regime nazista, aproximadamente 75.000 judeus foram assassinados. Atualmente, a comunidade judaica na Letônia é pequena.
Na área da cultura, a Letônia destaca-se por seus renomados autores e intérpretes de música erudita, incluindo cantores de ópera e coros internacionalmente reconhecidos. As Canções nativas populares, conhecidas como Latvju Dainas, são um motivo de orgulho nacional. A poesia e a literatura também desempenham um papel significativo no cenário cultural letão. A epopeia “O Matador de Ursos” (Lacplesis) de Andrejs Pumpurs é um símbolo nacional.
A cultura letã possui uma forte ligação com a natureza, e o povo letão demonstra grande respeito pelo meio ambiente. Uma das principais festas culturais é o Festival Jani, que celebra a noite mais longa do ano.
Economia
A economia da Letônia está em desenvolvimento. No início do milênio, entre 2000 e 2007, o país experimentou um crescimento espetacular do PIB. Nessa época, várias empresas foram privatizadas. Em 1º de maio de 2004, a Letônia ingressou na União Europeia. Em 2008, a Letônia foi atingida por uma grave crise econômica que afetou os mercados internacionais.
Os principais setores da economia letã são o comércio atacadista (envolvendo transações entre empresas e a aquisição de produtos a granel), o comércio varejista (envolvendo empresas e consumidores finais), transporte, serviços de hospedagem e restauração. Esses setores compõem aproximadamente um quarto do PIB.
Um setor que tem contribuído para o desenvolvimento do país, bem como de toda a região do Mar Báltico, é o turismo.
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