ZONA COLONIAL: A HISTÓRIA E O CHARME ESCONDIDO EM SANTO DOMINGO!
A Zona Colonial de Santo Domingo é um bairro que foi declarado patrimônio histórico da UNESCO em 1990. Essa região da cidade nos encantou pelo seu charme; a vontade era fazer um clique a cada esquina, mas a temperatura de 40 ºC no dia da nossa visita não permitiu. A região é pequena e dá para fazer tudo a pé. Se estiver um calor tremendo, contudo – como no dia em que fomos –, vai ser bem cansativo e o viajante vai precisar de vááárias garrafas de água (lembrando que o calor absurdo é comum na cidade). Protetor solar também é indispensável. Caso não queira sofrer tanto com a temperatura, aconselhamos a fazer sua visita à capital pelos meses de janeiro e fevereiro, quando o calor não é tão absurdo.
Santo Domingo foi a primeira cidade da América, fundada em 1496, apenas alguns anos após a chegada de Cristóvão Colombo ao continente. Situada às margens do Rio Ozama, é um lugar repleto de história.
O que fazer na Zona Colonial de Santo Domingo?
Parque Colón
A praça central da Zona Colonial foi inaugurada em 1506 e se chamava Plaza Mayor. Em 1887, passou a ter o nome atual por causa de uma estátua de Cristóvão Colombo que se encontra meio do parque.
Catedral de Santo Domingo
A Catedral de Santo Domingo, também conhecida como Basílica Catedral de Santa María la Menor ou Catedral Primada das Américas, é a primeira catedral da América. Recebeu esse título pelo Papa Paulo III em 1546. Os restos mortais de Cristóvão Colombo estavam nessa Catedral até 1877; depois, passaram para o Farol de Colombo, onde se encontram até hoje.
Localiza-se no Parque Colón.
Ingresso: 50 RD$ por pessoa (valor de 2019).
Palácio Consistorial
Esse prédio histórico foi construído para ser a casa do prefeito no início do século XVI. No século XIX, foi remodelado com o estilo neoclássico da época e, em 1913, acrescentou-se a torre (marco da esquina da atual prefeitura).
Casa de Tostado
Essa casa foi construída na primeira década do século XVI para ser a casa de Francisco Tostado. A edificação colonial foi restaurada e virou um museu que mostra o estilo de vida das famílias de classe média dominicanas do século XIX. Por isso, é conhecido como Museo de la Familia Dominicana del Siglo XIX.
Ingresso: 40 RD$ por pessoa.
Horário: das 9h até 17h (terça a sábado).
Duarte Park
No parque, encontra-se a estátua de Juan Pablo Duarte, o pai da independência da República Dominicana. Em frente, fica o Dominican Convent.
Dominican Convent
A fachada da igreja é uma mistura de vários estilos: gótico, barroco e gótico elisabetano. O convento foi restaurado em estilo barroco em 1746 e foi fechado durante a ocupação do Haiti até o século XX, quando os dominicanos retomaram o local. Hoje é possível visitá-lo. No fundo do convento, encontram-se as ruínas da primeira universidade da América.
Horário: das 8h30 até as 12h30 e das 15h até as 18h.
Calle Las Damas
Em Santo Domingo, não faltam as “primeiras da América”: primeira catedral, primeiro hospital, primeira universidade e a primeira rua pavimentada a ser projetada, que é a Calle Las Damas, uma rua super charmosa e cheiaaa de pontos turísticos importantes da Zona Colonial. Por ela, desfilavam as damas da corte espanhola.
Vamos conhecer um pouco dos principais pontos da primeira rua da América?
Fortaleza Ozama
A primeira construção militar da América. A torre é um castelo medieval construído entre 1503 e 1507 por Nicolás de Ovando. O nome do forte foi dado por causa do Rio Ozama, sendo também chamada simplesmente de Fortaleza de Santo Domingo. A torre possui 18m de altura; em seu topo, há um mirante. Uma escada em caracol leva o visitante a uma vista panorâmica da Cidade Colonial.
Ingresso: 70 RD$ por pessoa.
Horário: das 9h até as 17h.
Curiosidade:
- Nicolás de Ovando (1460 – 1511) foi um militar e governador colonial espanhol. Foi ele quem administrou a mudança de Santo Domingo da margem direita para a margem esquerda do Rio Ozama, traçando lotes de maneira ordenada e construindo várias casas de tijolos e pedras para os moradores. Ovando também foi o responsável por edificações como a Fortaleza Ozama, o convento franciscano e uma casa de governo.
Kahkow Experience
A ideia desse lugar não é ser apenas uma loja com uma fábrica de chocolate, mas mostrar aos visitantes todo o processo do cacau. O local oferece algumas opções ao turista: conhecer a fábrica, criar seu próprio sabonete com a fórmula da manteiga de cacau, conhecer as origens do chocolate… também são oferecidas aulas para que a pessoa aprenda a fazer seu chocolate. Para provar os chocolates, há uma loja e um bar.
Horário: das 10h até as 19h, de terça a sábado; das 11h até as 19h, domingos; das 10h até as 18h, segundas.
Trampoline Children’s Museum
É um museu interativo para crianças. Conta com exibição de ciência, cultura e conhecimentos sobre o ecossistema do país.
Esquina da Calle El Conde com Calle Las Damas
Outra rua importante da Zona Colonial de Santo Domingo é a Calle El Conde. Mas o que tem de diferente na esquina das duas ruas? Dizem que ali os homens da corte ficavam admirando as damas passarem.
A Calle El Conde é uma rua exclusiva para pedestres, abrigando uma variedade de restaurantes e lojinhas. De novembro a maio, nas quintas-feiras, ocorrem as Noites de Jazz; nessas ocasiões, nas belas escadarias da rua, apresentam-se talentosos músicos de jazz.
National Pantheon of the Dominican Republic
Originalmente, o Panteão Nacional era uma igreja jesuíta, construída pelos espanhóis no início do século XVIII. Em 1955, foi restaurado, passando a ser um mausoléu, abrigando memoriais em homenagem a intelectuais, políticos e militares.
Atenção! Há relatos de aproveitadores no local, que abordam os visitantes e passam a servir como espécies de guias, contando histórias e oferecendo informações como se fossem empregados do lugar. Depois, exigem pagamento pelo serviço não solicitado.
Museo de las Casas Reales
O palácio foi construído por ordem da Coroa espanhola, em 1511, para ser sede dos principais escritórios do governo. Aqui funcionava o primeiro tribunal da América (Royal Audiencia). Hoje, o museu se propõe a contar um pouco sobre os hábitos e o estilo de vida da população durante o período colonial.
O ingresso inclui aparelho de áudio para guiar a visita.
Plaza de la Hispanidad or Spain
O principal ponto turístico da praça é o Alcácer de Colombo. É um local bem agradável, com restaurantes e bares na volta. No meio da praça, encontra-se a estátua do Nicolás de Ovando, fundador da cidade.
Nas sextas e sábados, a partir das 20h, ocorrem apresentações ao ar livre de danças e músicas dominicanas. Vale a pena conferir o espetáculo.
Alcácer de Colombo
O palácio foi construído pelo filho de Cristóvão Colombo, Diego Colombo (que chegou ao país em 1509, como governador), para ser a casa do rei e de seus descendentes. Atualmente, o local é um museu com mobílias e objetos do tempo medieval e da Renascença, que nos permitem fazer uma viagem pelo passado.
Casa del Cordón
Essa é provavelmente a casa de residência privada mais antiga de Santo Domingo. Serviu como residência temporária de Diogo Colombo e sua esposa (em 1509), enquanto o Alcácer de Colombo não estava pronto.
Wax Museum Juan Pablo Duarte
O primeiro museu de cera do país, com peças em tamanho real que mostram a vida de Juan Pablo Duarte, considerado um herói da independência.
Curiosidade:
- Juan Pablo Duarte (1813 – 1876) nasceu na Cidade Colonial de Santo Domingo. Foi um professor, militar e ativista liberal, sendo considerado um dos fundadores da República Dominicana. Ao lado de Francisco del Rosario Sáchez e Matías Ramón Mella, Juan Pablo Duarte organizou a sociedade secreta conhecida como La Trinitaria, que lutou contra a invasão haitiana e pela independência da República Dominicana.
Amber World Museum
Esse museu tem exposição de joias feitas com âmbar. Pode-se ainda observar o processo da resina se transformando em joia. O local vende algumas peças com âmbar para quem se interessar em levar de lembrança.
Monastério de San Francisco
O primeiro mosteiro da América. Mais uma obra de Nicolás de Ovando, construída em 1508, contudo concluída apenas em 1560. Assolado por furacões, ataques de piratas e terremotos, suas ruínas hoje constituem Patrimônio Mundial da UNESCO.
Hospital San Nicolás de Bari
Construído em 1503, foi o primeiro hospital da América, usado como base para outros hospitais. O nome é em homenagem a São Nicolau de Bari (santo padroeiro das curas). O local sobreviveu a ataque de piratas, terremotos e revoluções. Hoje restam as imponentes ruínas, um dos pontos essenciais para o turista passar quando conhecer a Zona Colonial.
Acesso livre.
Chu Chu Colonial
Uma opção para conhecer a Zona Colonial é andar nesse charmoso trenzinho, num passeio que dura 45min.
Ainda na Zona Colonial de Santo Domingo, um pouco afastado dos principais pontos:
Memorial Museum of Dominican Resistance
Esse museu é uma homenagem aos homens e mulheres que lutaram para combater a ditadura de Rafael Leonidas Trujillo.
Curiosidade:
- Rafael Trujillo (1891 – 1961) exerceu sua ditadura na República Dominicana de 1930 a 1961, com o apoio dos Estados Unidos. O ditador acumulou uma grande fortuna; calcula-se que sua família tenha chegado a deter 70% das terras cultivadas, além de inúmeras fábricas. Trujillo defendia o acúmulo de tantas propriedades pelo fato de nelas empregar a maioria do povo dominicano. Livrava-se dos opositores com brutalidade, ordenando mortes onde quer que se encontrassem; cerca de 50 mil pessoas morreram em virtude da repressão de seu governo, que tolhia as liberdades civis. Trujillo foi assassinado a tiros em uma estrada deserta no ano de 1961. Seu filho, Ramfis Trujillo, assumiu o poder e liderou uma caça implacável aos assassinos do pai, que foram torturados, atirados aos tubarões ou cometeram suicídio. Ante a pressão internacional e a ameaça de um levante interno, Ramfis Trujillo foi obrigado a se exilar.
Independencia Park
O parque localiza-se em frente ao início da Calle el Conde. Dentro do parque, está o Altar de la Patria e, em frente, a Calle el Conde. Ainda no Independencia Park, encontra-se a Puerta del Conde.
Puerta del Conde
Na Puerta del Conde, um dos fundadores da República Dominicana (Francisco del Rosario Sánchez) levantou pela primeira vez a bandeira do país. Além disso, o monumento faz parte da antiga murada da Cidade Colonial, sendo, por esses motivos, um dos lugares mais simbólicos do país.
Altar de la Patria
Trata-se de um mausoléu de mármore branco onde estão os restos mortais dos fundadores do país: Juan Pablo Duarte, Matías Ramón Mella e Francisco del Rosario Sánchez.
Puerta de la Misericordia
O primeiro portão da cidade Colonial de Santo Domingo, construído em 1543. Está localizado a três quadras do Parque da Independência (Independencia Park).