DOM PEDRO DE ALCÂNTARA



Dom Pedro de Alcântara, colonização alemã católica, é um pequeno município na encosta da Serra do Mar, no Litoral Norte gaúcho. A cidade localiza-se na Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre e na Microrregião de Osório, fazendo fronteira com Torres, Três Cachoeiras, Morrinhos do Sul. O município é dividido em quatro distritos: sede de Dom Pedro de Alcântara, Morro dos Leffas, Arroio dos Mengues e Porto Colônia. A cidade é uma opção de passeio diferente para quem está no Litoral.

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População: 2618 (senso de 2016).

Distância de Porto Alegre: 152 km

Duração da viagem de Porto Alegre: 2h

Área: 78.158 km²

Altitude: 37 m

Fundação do Município: 1826.

Data da Emancipação: 1995.

História

Os primeiros imigrantes chegaram à região de Torres em 1826 provenientes da Alemanha. Os imigrantes chegaram separados em grupos na região, sendo alguns católicos e outros protestantes. Entretanto, em Dom Pedro de Alcântara só se estabeleceram os católicos.

Primeiramente, o nome da cidade foi Colônia São Pedro de Alcântara. Nesta época, a localidade integrava o Município de Santo Antônio da Patrulha. Em 1857, o então Distrito de Conceição do Arroio, hoje Osório, separa-se de Santo Antônio. Toda área da cidade de Torres e da pequena vila da Colônia São Pedro de Alcântara passaram a integrar o novo Município de Conceição do Arroio. Posteriormente, em 1890, Torres ganha autonomia e sua área territorial abrange a pequena cidade da Colônia São Pedro de Alcântara. Até 1995, a região era o quinto distrito de Torres-RS. Por fim, em 29 de dezembro de 1995, Colônia São Pedro de Alcântara se emancipa de Torres e altera o nome para Dom Pedro de Alcântara.

Os colonizadores receberam lotes de terras para se estabelecer na região. Os primeiros imigrantes solicitaram ao imperador Dom Pedro I uma gleba de terras com a finalidade de construir uma sede comunitária. A colonização alemã tinha por característica, quando chegava em alguma região, construir uma sede comunitária, para encontro e manter a cultura nativa. O Imperador D. Pedro I doou as terras. Em razão de o padroeiro da Província do Rio Grande do Sul ser São Pedro e um dos sobrenomes de D. Pedro I, ser Alcântara, a pequena localidade passou-se a chamar Colônia São Pedro de Alcântara.

Porque o nome Dom Pedro de Alcântara?

O nome Dom Pedro de Alcântara foi para homenagear o então Imperador do Brasil, Dom Pedro I. Em 6 de dezembro de 1826, 19 dias após o início da colônia germânica, o Imperador do Brasil visitou a região. Dessa forma, ele foi recebido na sede do Município de Santo Antônio da Patrulha, junto à Câmera local com uma saudação de 101 tiros.

Economia

A plantação de banana e cana-de-açúcar é a principal fonte de renda da cidadezinha. O visitante, quando passa pela BR 101, estrada que leva a Dom Pedro de Alcântara, pode avistar a encosta da serra cheia de plantação de banana. Ao longo do tempo, o cultivo da cana-de-açúcar foi decrescendo.

Festa anual

Os moradores mantêm a cultura original germânica. Há a festa anual realizada entre outubro e novembro de cada ano da Comenda do Imigrante Alemão de Dom Pedro de Alcântara. Danças alemãs típicas são incentivadas e realizadas por grupos de dança.

O que fazer?

O charmoso Pórtico de Dom Pedro de Alcântara dá as boas vindas para o visitante. A pequena cidade apresenta para os turistas uma pitoresca gruta, além de outras atrações, como a Igreja Matriz, o Morro da Boa Vista, Prainha, Mato da Cova Funda.

Pórtico de Dom Pedro de Alcântara

Pórtico de Dom Pedro de Alcântara

Morro da Boa Vista

Morro da Boa Vista, o belvedere. O ponto mais alto do Litoral Norte, com 400m de altitude, apresenta uma bela vista da região, podendo aproveitar a paisagem do litoral de Torres, as Lagoas de Sombrio, Jacaré e Itapeva, plantações de bananas e cana-de-açúcar, e as praias do sul do Estado de Santa Catarina, como Passo de Torres/SC, município este que fica no lado oposto de Torres no Rio Mampituba. Aos admiradores da ornitologia, a dica é uma pausa para visualizar aves campeiras.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Morro da Boa Vista

Morro da Boa Vista

No cume da colina, está o Marco do Exército. Datado de 1949, com o fim de identificar o ponto mais alto da pequena comunidade, servindo como demarcação territorial.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Marco do Exército

Marco do Exército

 

Para acessar o topo da montanha, é necessário percorrer uma trilha por aproximadamente 10 min no meio dos bananais. A trilha tem a finalidade transportar as bananas, sendo de fácil acesso, contudo com partes no meio do mato. O ponto de referência inicial da trilha das bananeiras é uma exuberante figueira. O local não apresenta infraestrutura, sendo dominado por uma mata rasteira.

Gruta Nossa Senhora de Lourdes

Gruta Nossa Senhora de Lourdes, a principal atração da cidade, situada a 1 km da sede do município. A formação rochosa, obra da engenharia da natureza, situa-se a uma altitude de 20m. Junto à Gruta, há uma imagem de Nossa Senhora, sob o título de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira de Dom Pedro de Alcântara.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Gruta Nossa Senhora de Lourdes

Gruta Nossa Senhora de Lourdes

Para atingir a gruta, tem que subir 112 degraus. A peculiaridade da escadaria é que cada degrau foi doado por um fiel. Tem uma placa identificado o nome das pessoas que doaram cada construção de degrau para acessar o santuário.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Gruta Nossa Senhora de Lourdes

Gruta Nossa Senhora de Lourdes

No dia 11 de fevereiro de 1950, dia de Nossa Senhora de Lourdes, foi inaugurado Santuário da Gruta Nossa Senhora de Lourdes. A imagem da santa foi colocada em homenagem à existente na cidade de Lourdes, na França.

O local oferece um belo cenário da costa norte gaúcha. Conta a história que, antes de o ponto receber escada e transformar-se em santuário, jovens costumavam escalar o morro até chegar à gruta. Em uma dessas subidas, teria sido encontrada uma pequena imagem de Nossa Senhora.

Anualmente, no domingo mais próximo do dia 11 de fevereiro, há uma festa em Louvor à Nossa Senhora de Lourdes. No último domingo de maio de cada ano, há a Romaria de Nossa Senhora de Lourdes, que parte de Torres e de vários outros municípios da região de madrugada. A tradição chega a reunir aproximadamente 15 mil fiéis.

Ali em baixo, encontra-se a Capela de São Sebastião, um pequeno prédio branco histórico.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Capela de São Sebastião Gruta Nossa Senhora de Lourdes

Capela de São Sebastião

Em alguns anos, o local foi cenário da encenação da Paixão de Cristo durante a Páscoa.

O santuário tem estrutura com restaurante (aberto aos domingos ou mediante reserva) e toaletes.

Garganta das Furnas

Outra atração geológica de Dom Pedro de Alcântara é a Garganta das Furnas, situada na BR 101, 14,5 km, a 4 km da sede do município. Trata-se de uma formação rochosa com aparência de uma garganta. Na época que o mar atingia a proximidade da encosta da serra, há milhares de anos, o movimento do oceano foi esculpindo esta gruta.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Garganta das Furnas

Garganta das Furnas

O local é de difícil acesso, bem como sem infraestrutura, o mato tomou conta do lugar, o que impede a visualização para quem passa ao lado na BR 101. Além disso, o acesso foi dificultado por problema de segurança pública.

Igreja Matriz

Data da construção: 1954.

Trata-se de uma pequena igreja católica, da Paróquia da Nossa Senhora do Amparo, vinculada à Diocese de Osório/RS. O templo é considerado um dos mais bonitos da dessa diocese.

O prédio tem uma torre central na faixada frontal. O edifício tem um tom amarelo claro.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Paróquia da Nossa Senhora do Amparo

Paróquia da Nossa Senhora do Amparo

Endereço: Rua Padre Jorge, 130, Centro, CEP 95568-000.

Prainha

Não é só de mar que o banhista vive no Litoral Norte. Há praias de lagoas, menos exploradas e conhecidas. Dom Pedro de Alcântara tem a Prainha na Lagoa Itapeva. Uma pena que a praia, por enquanto, seja privada. Tem uma beira de praia com areia branca e fina. O ambiente também é composto por rochas e vegetação. O lado norte possui um paredão rochoso. Um cenário encantador com paisagens fotográficas.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Prainha

Prainha

Endereço: BR 101, Km 14,5, em frente à Garganta das Furnas.

Lagoa Itapeva

A Lagoa Itapeva abastece de água vários municípios da região, como Dom Pedro de Alcântara, Arroio do Sal, Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Terra de Areia, Torres.

A Lagoa Itapeva é ideal para Jetski e canoagem. Durante parte do ano, é permitida a pesca. Entre setembro e novembro, além de outros períodos, ela é vedada. Venha conhecer este pequeno pedaço esquecido do litoral e usufruir a beleza do cenário.

Mato da Cova Funda

Trata-se de um pequeno trecho situado na BR 101, km 12, entrada de Dom Pedro de Alcântara onde tinha uma figueira centenária no meio da estrada. Um belo túnel verde! Segundo lenda contada pelos moradores, em noite de lua cheia, ocorrem aparições de entidades. O belo trecho de estrada é adornado pelo verde da Mata Atlântica.

No local situa-se a Reserva Particular do Patrimônio Cultural Mata do Professor Baptista.

Figueira Centenária

A figueira caiu em 2019

Uma gigantesca figueira plantada há séculos, com estrondosas raízes. A grande sombra servia de descanso e proteção do sol para os visitantes da região. A figueira também tinha a função de ser marco divisório entre Dom Pedro de Alcântara e o município que ela se desmembrou, Torres-RS. Entretanto, esse belo cartão postal não existe mais.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA figueira centenária

Figueira centenária (caiu em 2019)

Alambiques

Característico desta região são os alambiques rústicos. A produção de cachaça foi introduzida pela colonização alemã. Com a chegada dos alemães em Torres, incluindo Dom Pedro de Alcântara, a principal atividade foi agrícola, destacando-se o cultivo da cana-de-açúcar.

No Brasil, a produção da cachaça veio mais cedo que no Rio Grande do Sul, através dos portugueses. No Rio Grande do Sul, a produção da bebida referência nacional iniciou no século XVIII pelos açorianos que se estabeleceram em vários pontos do estado gaúcho. Em Santo Antônio da Patrulha, os primeiros engenhos datam de 1770. Assim, quando os alemães se estabeleceram na região de Torres, provavelmente, eles aprenderam a maneira de cultivar, manufaturar os produtos (além da bebida, há outros produtos, como rapadura de cachaça) e destilar a cachaça dos açorianos, levando a indústria açucareira para a então Colônia de São Pedro de Alcântara. Contudo, por ser um local isolado, a indústria açucareira não teve um grande desenvolvimento.

No século XIX, era tão difícil enviar o produto para a capital, que levou, por volta de 1880, dois produtores locais a transportar diretamente a mercadoria a Porto Alegre. Assim, construíram duas carretas especiais, com bitolas diferenciadas para cruzar a areia. A viagem demorou 15 dias e, em Porto Alegre, venderam toda a safra que transportaram. Em 1850, a Colônia São Pedro de Alcântara produzia 632 pipas de 500 litros.

Engenho e Café Rural da Lourdes

Alguns engenhos ainda estão hoje na comunidade produzindo cachaça. Entre eles, o Engenho e Café Rural da Lourdes. O visitante pode presenciar como a cachaça é produzida, conhecendo máquinas de triturar cana de açúcar, tanques de fermentação, bem como outros artefatos, alguns feitos por escravos. Além disso, junto à residência principal, pode-se conhecer um forno de barro em que se faz pão, bolo e roscas.

DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Engenho e Café Rural da Lourdes

Engenho e Café Rural da Lourdes

Caminho dos Vales e das Águas

Uma nova visão do litoral norte Gaúcho. Planície litorânea do Oceano Atlântico até a Serra do Mar, passando por lagos, lagunas, assim como cachoeiras. Vales da encosta da serra, Águas do mar, da lagoa, bem como cachoeiras, um novo roteiro para explorar as surpreendentes belezas ecológicas e cultura de nove municípios da região. Belezas naturais escondidas e inexploradas poderão ser apreciadas no Caminho dos Vales e das Águas.  Compõem o roteiro os municípios gaúchos: Arroio do Sal, Dom Pedro de Alcântara, Itati, Mambituba, Morrinhos do Sul, Três Forquilhas, Três Cachoeiras, Terra de Areia e Torres. O principal ponto de interligação entre os municípios é a Lagoa Itapeva, apesar de nem todas as cidades serem banhadas pela Lagoa. Seis cidades são banhadas por ela: Arroio do Sal, Dom Pedro de Alcântara, Três Forquilhas, Três Cachoeiras, Terra de Areia e Torres.

Dom Pedro de Alcântara apresenta um roteiro rural, cultural, assim como ecológico. Em síntese, o roteiro turístico é composto de 13 pontos: Artesanato Coração de Pano, Capela São Sebastião, Criatório Raupp de Aves Ornamentais, Doces Martins, Engenho e Café Rural da Lourdes, Hospedaria, Gruta Nossa Senhora, Igreja Matriz, Mel da Colônia- Cogumelo, Paradouro 86, Propriedade Ecológica e Mini-boi, Sabor & Saúde, Suco Tropical de Banana.